Observa-se até hoje, que muitos professores recomendam exercícios aeróbios de longa duração e baixa intensidade, como exemplo podemos citar exercícios na esteira com duração entre 40 minutos à 1 hora. Por outro lado, um grupo crescente de profissionais atualmente acreditam que esse tipo de exercício não elevaria eficazmente o metabolismo de gordura. Será que a ciência suporta essa idéia?
Um ponto importante é que durante um exercício com intensidade superior a 55% do VO2max (cerca de 4,5 km/h de velocidade, dependendo do VO2 do indivíduo) acontece uma grande redução da liberação de gordura pelos adipócitos, isto ocorre tanto pela maior produção de ácidos quanto pelo menor fluxo sanguíneo nessas células(1). Por este motivo, o exercício de baixa velocidade e longa duração até 60 minutos parece não aumentar significativamente a oxidação (queima) de gordura nos adipócitos.
Chilibeck et al.(2) descreveram em seu artigo que durante o exercício que utilizava alternância entre alta e baixa intensidade (exercício intermitente), a atividade das mitocôndrias (organelas que queimam a gordura) que habitam a superfície das fibras musculares é reduzida, por outro lado, as mitocôndrias localizadas entre as miofibrilas elevam a sua atividade. Isto quer dizer que em exercícios intermitentes, as mitocôndrias no interior do músculo elevam o consumo de ácidos graxos (gorduras), além do grande consumo de carboidratos. Esse tipo de exercício tem uma duração média entre 20 e 30 minutos.
Alguns trabalhos sobre a melhor intensidade para maior mobilização de gordura descreveram fenômenos que são muito simples de compreender na prática, e que após a descoberta do EPOC (Oxigênio Consumido Pós-Esforço) muitas respostas puderam ser mais facilmente elucidadas. Devemos lembrar que o exercício induz a algumas modificações fisiológicas importantes tais como: Elevação da temperatura corporal; Elevação da estimulação simpática (liberação de hormônios como adrenalina), Aumento da concentração de íons cálcio (Ca+) devido ao grande número de contrações musculares; Aumento da concentração de íons devido às sucessivas despolarizações das membranas plasmáticas (principalmente Na+ e K+)(3). Sabe-se que todas essas alterações são normalizadas durante o repouso e isso explica a função do EPOC(3). Devido a essa atividade reguladora do EPOC muitos estudos relatam que a duração dele é diretamente relacionada com a intensidade do esforço, e deve ser lembrado também que durante o repouso o consumo de ácidos graxos é aumentado(4).
Um grande número de trabalhos demonstram que durante exercícios com alternância de intensidades ocorre um maior número de picos anaeróbios, e isso induz a elevação do EPOC provocando uma elevação significativa da utilização das gorduras durante as primeiras horas pós-exercício(5). Deve ser destacado, que os exercícios intermitentes quando comparados proporcionalmente aos exercícios contínuos promovem uma maior redução da gordura subcutânea(5), ocorrendo fenômeno semelhante em adolescentes obesos(6).
Em conclusão, pode ser visto que a maioria das pessoas nos dias atuais não dispõe de muito tempo para a prática de exercícios, e objetivam a redução da gordura corporal. Devido a isso, os programas de exercícios aeróbios não deveriam ser do tipo contínuo, para poupar tempo para a realização dos exercícios resistidos (a importância desses exercícios é evidenciada no artigo de Ruiz et al.(7)) ou até mesmo outras atividades recreativas. Então, observa-se que a utilização de exercícios aeróbios intermitentes aliados aos exercícios resistidos compõe uma estratégia eficiente para otimizar o tempo disponível para a prática de exercícios e promover maior gasto energético.
Um ponto importante é que durante um exercício com intensidade superior a 55% do VO2max (cerca de 4,5 km/h de velocidade, dependendo do VO2 do indivíduo) acontece uma grande redução da liberação de gordura pelos adipócitos, isto ocorre tanto pela maior produção de ácidos quanto pelo menor fluxo sanguíneo nessas células(1). Por este motivo, o exercício de baixa velocidade e longa duração até 60 minutos parece não aumentar significativamente a oxidação (queima) de gordura nos adipócitos.
Chilibeck et al.(2) descreveram em seu artigo que durante o exercício que utilizava alternância entre alta e baixa intensidade (exercício intermitente), a atividade das mitocôndrias (organelas que queimam a gordura) que habitam a superfície das fibras musculares é reduzida, por outro lado, as mitocôndrias localizadas entre as miofibrilas elevam a sua atividade. Isto quer dizer que em exercícios intermitentes, as mitocôndrias no interior do músculo elevam o consumo de ácidos graxos (gorduras), além do grande consumo de carboidratos. Esse tipo de exercício tem uma duração média entre 20 e 30 minutos.
Alguns trabalhos sobre a melhor intensidade para maior mobilização de gordura descreveram fenômenos que são muito simples de compreender na prática, e que após a descoberta do EPOC (Oxigênio Consumido Pós-Esforço) muitas respostas puderam ser mais facilmente elucidadas. Devemos lembrar que o exercício induz a algumas modificações fisiológicas importantes tais como: Elevação da temperatura corporal; Elevação da estimulação simpática (liberação de hormônios como adrenalina), Aumento da concentração de íons cálcio (Ca+) devido ao grande número de contrações musculares; Aumento da concentração de íons devido às sucessivas despolarizações das membranas plasmáticas (principalmente Na+ e K+)(3). Sabe-se que todas essas alterações são normalizadas durante o repouso e isso explica a função do EPOC(3). Devido a essa atividade reguladora do EPOC muitos estudos relatam que a duração dele é diretamente relacionada com a intensidade do esforço, e deve ser lembrado também que durante o repouso o consumo de ácidos graxos é aumentado(4).
Um grande número de trabalhos demonstram que durante exercícios com alternância de intensidades ocorre um maior número de picos anaeróbios, e isso induz a elevação do EPOC provocando uma elevação significativa da utilização das gorduras durante as primeiras horas pós-exercício(5). Deve ser destacado, que os exercícios intermitentes quando comparados proporcionalmente aos exercícios contínuos promovem uma maior redução da gordura subcutânea(5), ocorrendo fenômeno semelhante em adolescentes obesos(6).
Em conclusão, pode ser visto que a maioria das pessoas nos dias atuais não dispõe de muito tempo para a prática de exercícios, e objetivam a redução da gordura corporal. Devido a isso, os programas de exercícios aeróbios não deveriam ser do tipo contínuo, para poupar tempo para a realização dos exercícios resistidos (a importância desses exercícios é evidenciada no artigo de Ruiz et al.(7)) ou até mesmo outras atividades recreativas. Então, observa-se que a utilização de exercícios aeróbios intermitentes aliados aos exercícios resistidos compõe uma estratégia eficiente para otimizar o tempo disponível para a prática de exercícios e promover maior gasto energético.
BIBLIOGRAFIA:
1. Friedlander AL, Casazza GA, Horning MA, Buddinger TF, Brooks GA. Effects of exercise intensity and training on lipid metabolism in young women. Am J Physiol. 1998 Nov;275(5 Pt 1):E853-63.
2. Chilibeck PD, Bell GJ, Farrar RP, Martin TP. Higher mitochondrial fatty acid oxidation following intermittent versus continuous endurance exercise training. Can J Physiol Pharmacol. 1998 Sep;76(9):891-4.
3. Brooks G, Fahey TD, White TP, Baldwin KM. Exercise Physiology: human bioenergetics and its applications. 3ª ed. New York: Mc Graw Hill;p. 208-209,1999.
4. Langsetmo I, Poole DC. V(O2) recovery kinetics in the horse following moderate, heavy, and severe exercise. J Appl Physiol. 1999 Apr;86(4):1170-7.
5. Tremblay A, Simoneau JA, Bouchard C. Impact of exercise intensity on body fatness and skeletal muscle metabolism. Metabolism. 1994 Jul;43(7):814-8.
6. Fernandez AC, de Mello MT, Tufik S, de Castro PM, Fisberg M. Influência do treinamento aeróbio e anaeróbio na massa de gordura corporal de adolescentes obesos. Rev Bras Med Esporte. 2004 Mai/Jun;10(3):152-8.
7. Ruiz JR, Sui X, Lobelo F, Morrow JR Jr, Jackson AW, Sjöström M, Blair SN. Association between muscular strength and mortality in men: prospective cohort study. BMJ. 2008 Jul 1;337:a439.doi: 10.1136/bmj.a439.
16 comentários:
Ou seja, sempre vamos cair na velha história do balanço energético, né? Ou do velho JET e VET, se não me engano.
Abraço
Caro Felipe,
não exatamente GET e VET. O grande fenômeno é o aumento do consumo do substrato gordura!! Porém, tudo isso com menos tempo e maior intensidade.
Grande abraço.
Anderson
Maicon Escreveu: anderson, qual a funçao do exercicio intercalado entre aeróbio e anaeróbio? consome mais gordura??
por exemplo: o individuo começa seu treino com 20min de esteira, após a esteira faz abdminais, sequencialmete passa para dois aparelhos. em seguida retorna e faz 5min de eliptico e torna a fazer aparelhos.
Portanto, essa séria seria um típico circuito?
se for um circuito existe tanta diferença para as chamadas "séries convecionai"( aeróbio,anaeróbio, abdominais)?
abraços!
___________________________________
Caro Maicon,
está descrito no texto como você pode observar, que as atividade intermitentes permitem um maior tamanho de EPOC e isso garante um consumo maior de gordura por um período maior de tempo, garantindo uma redução de gordura corporal, obviamente, se houver equilíbrio entre o VET e o GET.
O método circuito clássico, não é esse o qual citou. O método circuito clássico consiste de 6 a 15 exercícios com a utilização de segmentos corporais alternados, onde os internvalos são ativos e geralmente nos exercícios abdominais. Porém, o método circuitado que proponho tem características diferentes, onde os exercícios são localizados por articulação e as articulções são separadas por exercício aeróbio de alta intensidade com duração máxima de 5 minutos, devido ao tempo gasto para realizar todo o programa de exercício.
Deve ser lembrado, que os abdominais também formam um segmento corporal no modelo que eu proponho, e um bloco exclusivo de exercícios deve ser ministrado para esse grupo muscular deixando-os sempre por úlitmo devido a necessidade do aluno deitar no chão e isso provocar uma intensa modificação pressórica em seu corpo.
Grande abraço e continue escrevendo
Anderson Luiz
Olá, só não entendi o pq da citação do artigo que correlaciona o VO2máx de cavalo com o VO2 de humanos.
Abraços!
Caro Vitor Hugo,
este artigo não faz relação entre VO2 de cavalos e Humanos! Ele foi utilizado pois o EPOC observado durante um exercício intenso realizado por um cavalo deixa a curva do Epoc bem mais simples e fácil de visualizar, devido a grande intensidade que esses animais conseguem atingir! Somente por isso foi utilizada a referência com os cavalos! É importante ressaltar que com humanos a resposta é exatamente a mesma.
Muito Obrigado pela visita e continue seu interesse pelo nosso blog.
Grande abraço.
Anderson Luiz
Obrigado pelo esclarecimento!
Outra dúvida!
Em algum desses estudos correlacionou-se o conteúdo de Miosina de Cadeia Pesada?
Se para o mesmo, houve aumentos significativos nos tipos de fibras do tipo II A?
Pode- se constatar que se houve aumento no conteúdo de miosina de cadeia pesada do tipo II A e consequentemente aumentos substânciais nas enzimas alostéricas glicolíticas e oxidativas???
Abraços!!!
Caro Gasparine,
não houve relação com o conteúdo de Heavy Chain Miosin.
A observação nesses estudo foi sobre a atividade enzimática mitocondrial (glicolítica e oxidativa). Então, observaram que houve aumento da atividade enzimática oxidativa sobre os ácidos graxos na região intermiofibrilar e sobre o piruvato na região subsarcolemial, quando comparado o repouso e o pós exercício intermitente. Isso pode ser encontrado nos estudos de número 1,2,3,5. Deve ser lembrado que no estudo de número 2 foi realizado em ratos. Todavia, os outros trabalhos comprovaram os mesmos efeitos em humanos!
Quanto ao conteúdo de enzimas alostéricas glicolíticas e oxidativas, outros estudos mostram que há um aumento após um período de treinamento devido a Biogênese mitocondrial e isso irá induzir a uma maior formação de Acetil CoA a partir de piruvato e ácidos graxos, principalmente, e isso elevará conseqüentemente a atividade de todas as enzimas oxidativas.
Grande abraço.
Anderson Luiz
Fala ae Anderson!!!
pow me di ae tem uma substância rodando nas acadêmias "ANAVAR",o que vc me diz desta substância,eu não consegui acha efeitos colaterais só os beneficios!!!
um abraço!!!
Caro Tiago,
Esse é uym assunto que não tem muita relação com o tema abordado aqui. Mas vou adiantando alguma coisa a respeito do assunto. A substância ANAVAR é antiga, e está voltando agora com fama no mercado! O que pode ser visto é que ela se comporta muito semelhante tanto nos efeitos anabólicos quanto nos efeitos colaterais com a substância chamada DIANABOL ou ANABOL (METHANDROSTENOLONA). Até as combinações de drogas são semelhantes.
olá Anderson...
vc poderia descrever melhor a questão alta intensidade nos exercícios aeróbios(a recuperação ativa)....
bom, deveria trabalhar em que faixa de intnsidade do vo2 ou da freq. Cardíaca !??!??!
Variariar o tipo de exercício faz significativa diferença(esteira, bike..!??!?) Quanto aos circuitos, qual seria a quantidade de exercícios ideal para cada bloco !??!?
Um forte abraço !!!!
Caro amigo,
quanto as intensidades em um exercício intermitente o intervalo ativo pode variar entre 60 a 75% do VO2 (Dependendo do condicionamento do seu aluno). Existe uma relação entre o VO2 e a FC, e então, essa frequência cardíaca deveria variar entre 60 a 70% da FCmax. Quanto ao estímulo forte, as intensidades devem variar entre 80 e 95% do VO2, FC entre 75 a 95% FCmax.
Contudo, o intervalo ativo (esteira ou bicicleta) em um exercício circuitado, a intensidade deve variar entre 70 e 85%, de acordo com tempo de duração! Quanto maior o tempo de duração do intervalo (deve variar até 5 minutos no máximo!), menor a intensidade.
O modo como o exercício será realizado depende muito da individualidade do seu aluno! Todavia, os exercício realizados na esteira são superiores em gasto energético devido a sustenção do peso corporal durante a excecução e maior massa muscular envolvida, quando comparado com os exercício em bicleta.
Quanto ao número de exercícios em um treinamento circuitado, deveria ser utilizado no máximo 5 exercícios por segmento corporal. Esses segmentos quando dividos em Superior, Inferior, e Abdômem farão um máximo de 15 exercícios que quando somados aos intervalos ativos (esteira ou bicicleta) levarão cerca de 60 minutos para finalizar o treinamento.
Grato pela visita, e continue nos visitando!
Grande abraço!
Anderson Luiz
Ola Anderson!
Gostaria de esclerecer uma duvida.
Poderiamos entao dizer que um treino de forca seria o mais eficiente para reducao de gordura até mesmo de um cardiapata por conta do naum aumento excessivo da fcm? isso por conta do menor tempo de execucao e maior tempo de pausa.
Obrigado
Jairo Schimitz
Caro Jairo, inicialmente obrigado pela visita ao blog!
Respondendo a sua questão, observamos que quando se trata de cardiopatas o trabalho miocárdico deve ser muito bem monitorado, pois um coração que não está em condições normais quanto mais ativo e menos trabalho exigido melhor! Partindo desse princípio o treinamento resistido seria muito importante tanto para o treinamento quanto para a reabilitação desse aluno!
Porém, em indivíduos normais observa-se que tanto o trreinamento de força quanto o treinamento cíclico intermitente (corrida ou bike com alternância de intensidade) exercem efeitos importantes para a modificação da composição corporal!
Grande abraço e continue visitando o blog.
Anderson Luiz
Parabéns pelo Blog!Esta sendo muito importante para meus estudos na faculdade.
Olá Anderson, quando você responde a pergunta do Maicon acima, e fala do circuito proposto, você diz que ele deveria fazer uma atividade aerobia com uma intensidade alta,nesse caso ele ultrapassaria os 55% vo2 então ele passaria para uma atividade anaerobia com movimentos cíclicos?
Parabéns pelo trabalho, esse blog será de grande utilidade para minha formação acadêmica. Abraços!
O que emagrece mais no caso de uma pesssoa sedentaria 1 corrida intercalada com caminhada ou exercicios de forca musculacao?
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